terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Nós somos jovens e com a gente acontece

Comecei esse texto pensando como iria iniciá-lo. Sabe como somos, nós mulheres, sobretudo nós adolescentes: completamente indecisas. Acho que é uma coisa assim, bem nossa. Aliás, há coisas que somente nós sabemos e fazemos.

É difícil explicar. É tudo tão difícil nessa idade. Ser jovem. Juventude é só idade, ou é também espírito? Eu acho que são os dois. Na verdade, os três. Tem a cabeça também. É, tem pessoas que têm pensamentos muito velhos, cheios de poeira do tempo que está lá, estagnada. Caramba, será que não tem nada pra limpar? Nem uma esponjinha ou um paninho húmido? Uma vassoura nem pensar...

Nós somos jovens e por mais que os mais velhos digam que não, as coisas acontecem com a gente o tempo todo. Eu tenho amigas que são capazes de chorar dias, meses e anos por caras que nem sabem que elas existem. Elas se enfiam num balaio de gato sem razão de ser, dum disse-que-me-disse, dum fulana disse, que beltrano ficou com a menina da esquina, mas que ela só ficou com ele porque uma amiga da prima dela pediu, mas ela queria ficar com o Mauricinho do clube pra se livrar do skatista que deu em cima dela. Afinal, como foi que começou mesmo?

Não sei, mas acho que algumas das minhas amigas não sabem nem o valor que elas têm. Pelo menos, minha mãe sempre me disse que a gente tem se gostar primeiro pra depois os outros gostarem da gente. Ah, eu sei que é difícil mas é bom encontrar pessoas novas pra esquecer os amores antigos. Mas não, há pessoas que morrem de vergonha de falar com as outras, ficam calculando cada palavra a ser dita e no fim, nem dizem nada, apenas sonham com isso. Não sei se é porque eu sou muito franca e falo muito que eu acho isso digno de levar umas pancadas na cabeça pra acordar. Ou é realmente errado se esconder do mundo.

Tem gente que é tímida não é? Às vezes, nem sabemos, mas dentro de pessoas assim há grandes artistas, escritores, matemáticos e cientistas. Até grandes psicopatas. É, os psicopatas não são muito extrovertidos, pelo menos não os que eu já vi pela televisão. Por isso é que eu gosto de saber os que as pessoas pensam, pra isso eu escuto elas falarem. A timidez é mais um problema da juventude. As pessoas tímidas tendem a ser tão apavoradas principalmente para falar em público ou com aquela pessoa que se gosta. Mas realmente, fazer uma declaração de amor não é nada, nada fácil... Fica um pouco melhor quando a pessoa não vê a sua cara.

Agora, há outros problemas também quando já existe um casal. Está vendo? Como a adolescência é complicada, é sempre problema, problema, problema. Bom, mas como eu ia dizendo, quando há um casal no inicio do namoro vai tudo bem. Existe amizade, doçura, carinho, flores e chocolate. Daí o tempo passa um pouco e o corpo é quem começa a pedir. A intimidade cresce, os carinhos também, tudo tem um pouco mais de fogo. Tira a mão daí, rapaz! Só que isso nem sempre é o suficiente pra manter um casal junto. Alias, nunca é. Essas coisas são boas mas enjoam. Daí é que a gente conversa e até começa tudo outra vez, para achar a mágica do amor que se perdeu em alguma esquina.

Mesmo quando o casal ainda é bem jovem, vem a questão do sexo. Para as meninas é hora de falar com as amigas mais velhas pra saber como é, conversar com as outras e se perguntar se é a hora. Ela já olha seu corpo de um jeito diferente, pensa no namorado quer se cuidar mais, pensa se ela gosta disso ou daquilo, se questiona se ele reparou naquela celulite... Para quem pensa que para os meninos não têm problema nenhum, se engana. A culpa na verdade nem é dele. É deles. Dos amigos que fazem toda aquela pressão, falam “cara vai lá, se não essa menina te larga!”. Os homens se ligam muito no que dizem os amigos. Mas eu sei, porque meus amigos me dizem, que quando eles estão sozinhos eles pensam melhor. Há garotos e garotos. Odeio quem diz que eles são todos iguais. Porque nós mulheres não somos, então, porque eles seriam? Há aqueles que valorizam as namoradas, sabem agradá-las. Alguns são mais machões, mas mesmo assim são profundamente carinhosos. Há aqueles que realmente não nos merecem. Mas sei lá, cada um tem sua conduta.

Ah, nós, jovens gostamos muito de música. E existe gente pra gostar de tudo. Mais que a música, há estilos de vida. Existem panelinhas pra cima e pra baixo. Ah, como eu detesto isso! Eu tenho uma porção de amigos de tantas tribos diferentes. Não consigo entender como as pessoas brigam ainda por não serem iguais. Aliás, há uma estranha moda em fazer questão de ser diferente, que ser diferente já é até normal. Pra ser diferente as pessoas ficaram tão iguais. Há ainda pessoas sem escrúpulos que acham que para serem elas mesmas, devem maltratar os pais e os avós e qualquer pessoa com mais de quarenta anos de idade. Estranho, parece que gente assim pensa que nunca vai ficar velha.

Mesmo assim, eu conheço idosos de 80 anos que têm mais vontade de viver do que pessoas de 15. Está aí, mais um problema. Os idosos jovens têm uma auto-estima lá em cima. Saem, se divertem, têm amigos, lêem, vão ao cinema, ao teatro e viajam. Os jovens idosos, se trancam em casa, se cansam facilmente e muitas vezes, choram escondidos por não serem aceitos. Mas como aceitar alguém, que não se aceita? Sabe, as coisas estão tão dentro da gente e algumas vezes nem percebemos mas o erro é nosso. E mesmo quando sabemos disso, é difícil admitir. Já não é fácil se entender. Imagine entender o que se passa com as outras pessoas. Pra isso é sempre bom ter amigos.

Ah, os amigos! Cada dia é mais fácil encontrar pessoas para conversar. Mas os melhores amigos, são aqueles francos e humildes. Os engraçados. Os malucos. Sobretudo os que realmente gostam da gente. O problema é que nem sempre tudo são flores. Ah, a gente briga, se desentende, mas no fim tudo acaba bem. E na realidade, são os amigos que seguram nossa barra quando a gente vai cair. Há sempre aquele amigo que chora com a gente ou aquele que enxuga as nossas lágrimas. Há sempre alguém pra nos ajudar a enfrentar esse dia-a-dia juvenil tão complexo. E quem sabe, alguém dentro desses amigos que dão risada com a gente hoje, vai rir de novo amanhã quando estivermos velhos, e depois, e depois, e depois...

sábado, 5 de janeiro de 2008

Buscando o sal da terra

"Vós sois o sal da terra". Há na biblía uma passagem que diz essa frase. Buscar o sal da terra então, de acordo com as interpretações, é buscar o interior de si mesmo para depois mudar para melhor. É buscar dentro de si mesmo o seu essencial, aquilo que faz a diferença. E muitas vezes para fazer a diferença é necessário recomeçar.


Ah, o recomeço. É como se sentir de novo aquela pequenina e frágil sementinha acolhida bem no fundo da terra que pode um dia se tornar uma frondosa árvore. Um dia desses, alguém teve de recomeçar um amor.


Sim, foi bem difícil quando essa menina ouviu de seu amado "Você não vai me perder nunca. Mas é preciso começar tudo outra vez. Preciso de você, mas antes, preciso redescobrir você." Logo essa menina, que outrora fora muito feliz nesse amor, compreendeu e concordou com o pedido. porém, redescobrir a quem se ama, depois de tanto tempo tentando fazer tudo melhorar, dando tudo de si e até ficando meio doente por isso, é bem difícil. E é aí que se deve dar um passo de cada vez para continuamente seguir em frente.


A criatura recomeçou apagando o fogo todo daquele amor e esquecendo que a certa intimidade do casal permitia algumas coisas a mais que um beijo. O fogo foi totalmente aterrado. Definhou-se de propósito pelas mãos da menina. Era preciso então recomeçar a buscar a lenha boa para que a próxima fogueira fosse lívida e resultasse depois em brasa, quente e confortável.

Depois a menina continuou seu trabalho por esquecer os erros do passado. Como se ela tivesse em suas mãos um diário de um romance todo escrito a lápis, pegou a borracha e apagou todas as palavras sem sentido vindas de maus momentos e péssimos sentimentos. Deixou apenas a marca do lápis, porque está ficará para sempre, já que nenhuma borracha pode apagar a força com a qual o lápis imprimiu as palavras no papel. Na primeira folha, nada havia escrito. só havia o desenho de um coração a ser preenchido depois, com palavras doces, figuras delicadas e todo o amor que houvesse dos dois.


Então, ela olhou as cartas antigas. Jamais as jogaria fora. Eram as lembranças dos mehores tempos de sua vida. Junto com elas, duas rosas que ela havia ganhado e que agora estavam secas junto aos papéis. Reservou-lhes um lugar especial, dentro de uma caixa sob a cama.


Mas, acho que se ela pudesse, se ela tivesse esse acesso, ela procuraria no livro de memórias que fica dentro do cabecinha dela todas as lembranças mais marcantes. Porque ela não pode fazê-lo? Há coisas que é simplesmente mehor esquecer.

Para recomeçar, depois de fazer toda a limpeza mental necessária, ela o procurou e lhe disse então tudo o que fizera e que agora não havia mais nada, nem resquício. Era chegada a hora de reacontecer tudo outra vez. E foi o que reaconteceu. As coisas mudaram, o amor foi redescoberto e novas lembranças agora eram levadas na bagagem, junto com a mala dos sonhos e da nova promessa. Um tempo depois, de tão feliz que as coisas tivessem voltado como eram antes, ela o abraçou, sentiu seu perfume, olhou em seus olhos e disse-lhe: "ai, amor, senti tanta falta de você!".

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Para não ser chata...

Bom, essa é a minha primeira postagem aqui no "A Primeira Página". Para não ser chata e seguir a tendência, eu resolvi criá-la. Mas, para ser chata, "A Primeira Página" é um blog jornalístico e amador. Por isso, nas minhas postagens não haverá "vc", nem "naum", nem "te dolu vx d+, miguxo!".

Para falar de mim, só digo que tenho alma de escritora por natureza. Sempre amei as letrinhas. Tão bom pegar um livro e lê-lo o quanto puder, até o final, saboreando a história. Adoro particularmente os romances e os clássicos brasileiros que eu comecei a ler há pouco tempo. Sabe, é bom ver a vida como ela era através das palavras de outras pessoas que viveram no passado. Partindo daí, lhe dou um conselho: converse com as pessoas. Todos têm algo de bom para lhe contar. E mesmo que não tenha, as coisas que as pessoas dizem podem render excelentes histórias, crônicas e dissertações. Até poesia.

Os maiores escritores, muitos deles, bebiam muito e viviam pouco. Eram dados a boemia. Não é por isso que você, futuro escritor ou jornalista que está lendo esta minha retórica agora, vai beber como um gambá, não é? Veja bem, eu nunca bebi mais do que algumas taças de vinho na minha vida toda... Se eu fosse clichê, eu diria agora que eu bebo apenas o doce hidromel das palavras dos melhores livros. Mas não. Eu digo apenas que para escrever eu leio, converso e escuto de tudo.

Para quem gosta de escrever, é bom que se saiba viajar nos pensamentos sem destino até achar um bom tema. Entende o que eu quero dizer? É como deixar as coisas fluirem simplesmente. Já percebeu como nossa cabeça é cheia de pensamentos e que eles vão desabrochando à medida nos permitimos apenas refletir? Pode parecer loucura, mas é perfeitamente normal.

Por ser este post uma apresentação do possível futuro deste blog, eu já me excedi escrevendo tantas linhas. Mas como eu já expliquei há pouco, as coisas fluem facilmente para os escritores...